Blogue de viagem: Dias 1 e 2

Cá estou eu em Milão, capital mundial da moda e da alta costura, além de ser a cidade mais rica da Itália e...

Peraí um segundo!!! moda??? alta costura??? Não, não precisa olhar o banner da página, você está no blog certo. Aliás, devo confessar que Milão nunca figurou nos primeiros lugares da minha lista de cidades a conhecer. Mas como o importante era voltar pra Itália, Milão acabou sendo a porta de entrada que melhor se encaixou nos meus planos ($$$). Então chega de conversa e vamos dar ínicio aos trabalhos da segunda temporada do Blogue de Viagem.

DIAS 1 e 2 - Milão

Desembarquei em Milão lá pelas 15hs, mais uma vez sem conseguir pregar o olho dentro do avião. Depois de ser cheirado por uma meia duzia de cachorros, finalmente consegui sair do aeroporto pra pegar o trem rumo à cidade. Mas bastou sentar no banco para que eu fosse acometido por um sono terrível. Já vacinado pelos acontecimentos do último mochilão, tive que fazer um esforço danado pra não cochilar e acabar chegando em Milão sem mochila nenhuma. Aliás, esse é um ponto terrível. Basta eu POR OS PËS em qualquer trem ou ônibus para começar a cair de sono... acho que só vou conseguir dormir em uma viagem pra Europa no dia em que der pra ir de trem...

Bom, mas os desafios só estavam começando... depois de descer do trem eu teria que ir caminhando até o hotel... parecia uma tarefa fácil, caso o trânsito em Milão pelo menos fizesse algum sentido

Todo mundo sabe que atravessar a rua é uma das coisas mais difíceis do mundo moderno. Pois em Milão essa tarefa atinge níveis de complexidade ainda mais elevados.

Lá estava eu, calmamente aguardando que o farol ficasse verde pra poder atravessar. Daí já começo a estranhar. O Farol tá vermelho pro pedestre, mas não passa nenhum carro. Normal, penso eu, deve ser horário de pouco movimento. Eis que chega o aguardado momento em que o farol fica verde pra mim. POnho o pé na rua pra atravessar e... VRUUUMMM... VRUUUMMM... começam a passar milhões de carros. Então espero eles acabarem de passar na certeza de que finalmente vou poder atravessar a rua. Mas daí quando estou no meio da travessia, DO NADA SURGE UM BONDE, vindo em minha direção numa velocidade estratosférica. O que me salvou foi o fato de eu conhecer estratégias avançadas de desviamento de bondes.

Farol aberto... carros passando

Farol fechado.... carros parados.

Eis o bonde assassino...

Deixei as coisas no hotel e fui caminhar pela cidade. Por incrível que pareça Milão me lembrou muito São Paulo. Quer dizer, se São Paulo fosse limpa e organizada. Num minuto estava um calor infernal de 50 graus. No outro começava a chover e a temperatura despencava pra 10 graus. Além disso, Milão não se parece nada com as cidades medievais que visitei da outra vez. Quase tudo parece muito moderno e urbano. Praticamenteuma outra Itália.

Olha que prédio mais lindo...

Fui até o Duomo. Bem bonitão e tal. O problema é que a praça é REPLETA de carinhas com um tal de bracelete de amizade. Se você bobear por um segundo eles colocam aquele troço no teu pulso e daí não tem mais jeito de tirar. Uma vez que você esteja com o bracelete, eles vão te seguir até que você faça uma doação pras crianças carentes de Calcutá, ou algo do gênero.

O duomo

Dentro do Duomo

A saída

Como traduzir 18 palavras em italiano para apenas 2 em inglês

Depois de passar pela Galeria Vittorio Emanuele e pelo quadrilatero da moda, fui jantar. Tudo caríssimo. Algo que eu pagaria 10 euros em Roma não sai por menos de 20 em Milão. E o pior é que tudo tem cara de comida congelada.

A galeria

Mas tudo bem, eu não sabia disso e fui alegremente pedir uma pizza de presunto cru. O problema é que a mulher se recusou terminantemente a me servir a pizza porque segundo ela muçulmanos não podem comer carne de porco. (!!!)

Só depois de eu explicar que não sou muçulmano e que sou do Brasil e não do oriente médio, foi que ela resolveu trazer minha pizza. Pediu desculpas e explicou que muita gente pede aquela pizza e depois não come quando descobre que é carne de porco, por isso avisa antes.

Ah, e latinha de coca custava 6 (SEIS!!!) euros na droga do restaurante. Ah, Milão dos infernos... Tudo bem... pelo menos o azeite era bom... e só o que eu gastei de azeite deve dar mais que o preço da coca

Bom, fiquei só um dia e meio em Milão e durante esse período minhas atividades basicamente se resumiram a 1) me perder 2) quase ser atropelado pelos bondes terríveis 3) repetir os itens 1) e 2) em looping infinito. A chuva atrapalgou bastante e por isso boa parte do roteiro que eu tinha planejado acabou não dando certo. Mas ainda vou voltar pra Milão (meu trem pra Viena sai da estação central da cidade), então terei chance de explorar mais a cidade.

GALERIA DE FOTOS